Friday, August 7, 2009

Tendo a lua aquela gravidade
aonde o homem flutua,
merecia a visita não de militares
mas de bailarinos
e de você e eu.

Wednesday, August 5, 2009


Engraçado como a gente cresce sem perceber. Hoje decidi andar pelo parque com a minha irmã e, em um certo momento, ela me pergunta "Onde é que ficam os balanços?". Fomos até lá e, por sorte, estavam todos vazios - me senti novamente a boa e velha Julia aos 8 anos, indo brincar com a miúda Raquel de 6 anos no Bolão, quando o parque de lá ainda era decente. Passado o primeiro momento nostálgico, sentamo-nos nos balanços e brincamos um pouco, sem deixar de conversar. "Como tão as coisas com o Alex, Kay?" "Vão bem...e você?" "Nada em vista. Mas sabe, a Andie tava me contando sobre tal rolo com um garoto...e minha outra amiga tá namorando...e eles dormem juntos já". Foi numa dessas frases que a Raquel arregalou os olhinhos verdes, parou de balançar e disse "MEU DEUS! Já percebeu que estamos falando dessas coisas...num parquinho de criança?".
Não parei de balançar. Pensei um segundo, ainda jogando as pernas para frente e para trás, vai, volta, vai, volta...e comecei a lembrar de quantas vezes eu já balancei com a minha irmã e quanto os assuntos mudaram. Digimon, Sailor Moon, Sakura, Rá-Tim-Bum...tarefa de casa, as canetas coloridas, a nova série da TV...meninos, esmaltes, começo de colegial...faculdade, festas, maquiagem, amores e mais amores. Sorri e respondi apenas: "Percebi. Mas ninguém está ouvindo, mesmo". Ninguém nunca esteve, mesmo. No balanço somos só ela e eu, uma do lado da outra como sempre estivemos, absorta em nossas conversas, alheias ao tempo.
"Xúlia, a corrente do balanço tá apertando suas pernas?"
"Um pouco. Quase nada."
"Não estou cabendo aqui...!"
"Vamos pra casa, vai. Tá na hora do almoço."


-

Kay, obrigada por dizer que eu "dirijo bonitinho".