Sunday, February 21, 2010

Já fui bailarina, dessas vestidas de tule e collant. Já subi nas pontas, já me aqueci na barra, já enrolei todo meu cabelo num coque apertado e enfeitado, já subi num palco e dancei. Mas isso faz tempo. De todas as coisas que poderiam ter ficado, o que sobrou foram algumas fotografias e as minhas sapatilhas. Guardo numa gaveta e vez ou outra dou uma espiada, como que para garantir que ainda estão lá. Quando ninguém vê, coloco de novo nos pés e rodopio. Com elas já fui cor, já fui moleque, já fui pássaro e melindrosa.
Ainda sou bailarina; só não convencional. No tecido acrobático, no meio-fio, no parapeito da janela, na cadeira, na varanda. Ainda tenho a calma antes de dar o primeiro passo e a consciência de uma escorregada. Ainda ergo a cabeça quando a música começa a tocar. Guardo comigo a postura e a habilidade (conquistada a duras penas) de sorrir pelos olhos. Agradeço os aplausos e compreendo as más críticas. Sou bailarina na vida.

Monday, February 8, 2010

Febre, vícios e crise de pânico

Hey aussies and blokes!

De todos os problemas do título eu estou apenas com um: febre e uma tremenda dor de garganta que tá custando minhas cordas vocais. A faculdade só volta na quarta (descobri isso ontem, uau) então...o que fazer quando se está doente e sem disposição alguma?
Filmes, é claro. Por isso o título ter "vícios" e "crise de pânico". Temas dos dois que vi.
O primeiro do dia foi "Requiem para um sonho". Resolvi começar por ele porque sabia que era pesado, triste e que exigiria atenção, tanto pras cenas quanto pra audição (também porque compramos o filme no exterior e não vem com legendas). Em si ele é muito simples. Sem grandes efeitos (a não ser um uso de câmera GENIAL e também a preferência por substituir certos fatos com imagens em sucessão, tipo quando as personagens se drogam), acho que o forte desse filme foi mesmo as atuações. Grande filme, bonito mesmo...mas eu sinceramente não veria de novo. Muito deprimente. Mas é sempre assim: a gente fica meio chocado com coisas reais demais, situações reais demais, personagens reais demais.

Pra quebrar esse climão peguei em seguida "Máfia no divã" e chorei de rir do começo ao fim. Não sou fã do Robert DeNiro mas palmas pra ele. MUITO BOM. Algumas piadas meio repetitivas mas acho que isso que deu a graça, fazer os mafiosos bem caricatos (como a gente imagina: italianões gesticulando loucamente com ternos maravilhosos e cheios de rixas com outros) sem se preocupar com exageros. "You...you're good, Doc!".

Amanhã é último dia de férias...se continuar no estado que estou, mais repouso e duas doses de filme pra mim. Ah...só precavendo: não sou crítica de cinema. E nem pretendo. Só coloco aqui minha opinião sincera e, sim, bastante leiga.

bis bald!

Thursday, February 4, 2010

I'm back

Hey aussies and blokes!
Tava na hora de dar a limpa nesse blog, apagar umas coisas que já passaram e deixar os posts bons!

Mudei o visual (agora que traí o movimento e deixei de ser aquela que só postava bobagens emos) e bora. Fiquei com vontade de mexer porque tô com um outro blog, junto com a minha irmã (themitchas2.blogspot.com) só que lá não é o lugar de contar causos da minha vida. Lá é lugar de gente EXAUSTA (leiam pra saber!).

Negócio é o seguinte:
TÁ CHEGANDO O DIA DO OSCAR, MAN!
("aham, senta lá. Falta mais de um mês" vocês vão me dizer. E eu vou responder "do I give a damn?").
O mais legal de tudo é que eu vi que "Up" tá concorrendo a melhor filme (não! Não animação, MELHOR FILME mesmo) e que "Bright Star" vai concorrer por melhor figurino.
MAS, TODAVIA, PORÉM, NO ENTANTO, CONTUDO
se "Avatar" ganhar de Melhor Filme eu vou ficar muito, muito decepcionada. Pode ser muito bonito e caprichado e cheio de firulas, mas, ora. O roteiro é Pocahontas reciclado. Pocahontas ganhou algum Oscar além de Melhor Tilha Sonora? I don't think so.
Vamos esperar (e torcer) pra ver. Façam suas apostas.


Por ora é isso, e quem estiver se perguntando what the hell é o nome do meu blog...ballet ajuda?

bis bald!

Friday, September 18, 2009

Damn!

Ergui os olhos e foi o que me bastou: encontrei os dele. Meio perdidos, meio fixos. Reto nos meus. Me deu um tremor desgraçado que espero ter escondido direito. Baixei o olhar. Voltei a erguer. E aquele cara me olhando. Boca entreaberta, cabelo pra trás, um vidro de molho na mão. Molho? Quem come coisa com molho às 9h da manhã? Meus lábios se retorceram num riso reprimido, enquanto comento com a minha amiga que ele tem mais furos na orelha que eu. Olho bem de canto e reparo que ele ainda está perto, me observando com uma expressão meio besta, curiosa.
- Ele ainda tá olhando?
- Tá.

Malditos sejam aqueles olhos escuros. Maldito seja aquele tremor.
Benditos sejam aqueles milésimos de segundo dos olhos dele nos meus.

Friday, August 7, 2009

Tendo a lua aquela gravidade
aonde o homem flutua,
merecia a visita não de militares
mas de bailarinos
e de você e eu.

Wednesday, August 5, 2009


Engraçado como a gente cresce sem perceber. Hoje decidi andar pelo parque com a minha irmã e, em um certo momento, ela me pergunta "Onde é que ficam os balanços?". Fomos até lá e, por sorte, estavam todos vazios - me senti novamente a boa e velha Julia aos 8 anos, indo brincar com a miúda Raquel de 6 anos no Bolão, quando o parque de lá ainda era decente. Passado o primeiro momento nostálgico, sentamo-nos nos balanços e brincamos um pouco, sem deixar de conversar. "Como tão as coisas com o Alex, Kay?" "Vão bem...e você?" "Nada em vista. Mas sabe, a Andie tava me contando sobre tal rolo com um garoto...e minha outra amiga tá namorando...e eles dormem juntos já". Foi numa dessas frases que a Raquel arregalou os olhinhos verdes, parou de balançar e disse "MEU DEUS! Já percebeu que estamos falando dessas coisas...num parquinho de criança?".
Não parei de balançar. Pensei um segundo, ainda jogando as pernas para frente e para trás, vai, volta, vai, volta...e comecei a lembrar de quantas vezes eu já balancei com a minha irmã e quanto os assuntos mudaram. Digimon, Sailor Moon, Sakura, Rá-Tim-Bum...tarefa de casa, as canetas coloridas, a nova série da TV...meninos, esmaltes, começo de colegial...faculdade, festas, maquiagem, amores e mais amores. Sorri e respondi apenas: "Percebi. Mas ninguém está ouvindo, mesmo". Ninguém nunca esteve, mesmo. No balanço somos só ela e eu, uma do lado da outra como sempre estivemos, absorta em nossas conversas, alheias ao tempo.
"Xúlia, a corrente do balanço tá apertando suas pernas?"
"Um pouco. Quase nada."
"Não estou cabendo aqui...!"
"Vamos pra casa, vai. Tá na hora do almoço."


-

Kay, obrigada por dizer que eu "dirijo bonitinho".

Friday, July 31, 2009


"Julia, telefone pra você. A Déia."
Nem surtei! Quase hora do almoço, mamãe já me olhando torto, mas fui direto pro quarto, achei um cantinho confortável na minha cama e peguei o telefone. "OI BODE, AAAAH QUE SAUDADE DO MEU BODINHO!". Que saudade da minha Negonha, meu olho encheu de lágrima quando eu ouvi a voz dela. Um mês e lá vai pedrinhas sem a gente se ver e a saudade já bate desse jeito. Culpa dos poucos mas intensos 6 meses de convivência? De se ver todo dia na faculdade, de levar mordida, de fofocar e mandar bilhetinho, de jogar Uno, de estudar latim com métodos nada didáticos (Jakus, Edwardum...)? Talvez. Só sei que foi aquela euforia enquanto a gente contava nossos dramas emocionais e dava risada da cara da outra. Maldita uma semana a mais de férias! Sinto falta de chegar todo dia na faculdade e receber o abraço apertado da minha Negonha (aliás, um dos poucos abraços que eu gosto, diga-se de passagem), de receber cócegas até ficar sem ar e cair e dar altos roncos à la Miss Simpatia quando ela me conta suas histórias que ainda virarão livro. O negócio é que não importa se nos conhecemos há pouco tempo, eu sei que tenho muito a aprender com ela, e que só de saber que ela se importa comigo ("é tão bom saber que agora o meu bode tá em Terra de Jacus") já me faz o bode mais feliz de todos.